terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O Natal no Reino Unido

Para muitos o Reino Unido é um país mais desenvolvido que Portugal, com mentalidades mais avançadas e costumes que só chegarão ao nosso país daqui a muitos anos. Esta ideia até pode ser verdade a maior parte do ano, mas depois chega o Natal em Agosto e esta ideia morre. Sim, Agosto é o mês em que começa o Natal, a avaliar pelos anúncios nos restaurantes aludindo à marcação de jantares festivos.

Os costumes dos britânicos são, na realidade muito atrasados. Existem rotinas que desapareceram de Portugal há já muitos anos. Ali em cima já falei dos restaurantes e da pouca vergonha dos jantares de Natal. Parecem Portugal nos anos 90, quando os Quadros Comunitários de Apoio tinham essa função. Como é que eles continuam a pagar jantares com fundos europeus se agora a vigilância é muito mais apertada?

Passemos para o comércio tradicional. As lojas estão completamente cheias, não se vê uma única a fechar e nenhum edifício ameaça ruir. Então esta gente não vai aos shoppings? Ainda noutro dia vi uma fila enorme numa loja artesanal de fazer chaves. Não há disso nos hipermercados? E fecham todas às 18h no máximo dos máximos. Esta gente não trabalha? Onde estão os belos dos horários até à meia-noite para os trabalhadores saberem o que é bom para a tosse?

Mais arreliante é a atitude dos comerciantes. Em vez de se queixarem da fraca clientela como os nossos bons profissionais, andam sempre cheios de pressa a atender as dezenas de clientes que estão nas suas lojas. A maior parte até tem anúncios de emprego à porta, vejam lá. Que falta de bom senso!

Outra coisa muito estranha é ver as pessoas cheias de sacas nas mãos. Que desperdício de dinheiro. Austeridade, nunca ouviram falar? Os ingleses, ao contrários dos portugueses ainda não perceberam que as zonas comerciais são para passear de mãos nos bolsos vazios.

Não são para gastar dinheiro! E ainda por cima preferem passear nas zonas verdes, algo muito estúpido, já que estas zonas tinham espaço que chegue para construir belos edifícios de betão.

Enfim, ir ao Reino Unido no Natal é como recuar algumas décadas em Portugal. Um chorrilho de luxos que não se compadece com a vida austera de que todos nos orgulhamos.